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  • Foto do escritorRita Galindo

ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO E O SER HUMANO

Atualizado: 8 de ago. de 2021

“Há pessoas que têm apreço exacerbado por seus bichos de estimação, e tantas outras que praticam crueldade contra estes. Em meu ver, ambos os extremos são perigosos; é preciso haver equilíbrio saudável na relação homem-bicho”.

Minha coelhinha Mimosa


Como está, meu querido leitor?


O tema do meu artigo desta semana foi levemente alterado, por causa de um ocorrido no último sábado. Neste fatídico dia, perdi minha coelhinha de estimação, Mimosa.


Este acontecimento me fez pensar na relação do homem com bichos de estimação, por isso achei interessante trazer este tema hoje, haja visto que os animais domesticados trazem muitos benefícios para a vida humana.

A relação entre o homem e os animais de estimação vem de longa data – muito longa mesmo! Existem vestígios da relação humana com animais domésticos de milhares de anos atrás. De acordo com Oliveira (2013) e Caetano (2010), o registro mais antigo desta interação foi encontrado em Israel, onde arqueólogos localizaram uma tumba cujos ossos de uma pessoa idosa estavam enterrados juntos aos de um cachorro, além de gravuras pré-históricas em grutas que traziam animais juntos a homens. Assim, ao longo da história humana, os animais de estimação fizeram parte dela de maneira bastante presente. No entanto, vale ressaltar que as mesmas espécies de animais podem ter relações distintas com os humanos dependendo da cultura e religião destes, bem como o histórico e vivência do indivíduo particularmente.


De um modo geral, a inserção de animais de estimação na vida humana tem apontado benefícios tanto mentais quanto físicos, além de afetivos. Em sua tese, Oliveira (2013) indica alguns pontos positivos que vários autores destacam para esta relação, tais como:

  1. Segurança emocional;

  2. Distanciamento da solidão;

  3. Símbolo de vida e motivação para a recuperação daqueles que estão doentes;

  4. Estímulo para exercícios físicos, como caminhada;

  5. Co-terapeutas para promoção de saúde mental e física.

No que se refere ao trabalho co-terapêutico, Nise da Silveira – a qual eu escrevi sobre seu filme algumas semanas atrás e deixo aqui, mais uma vez, a indicação para que assista o filme – foi a precursora da inserção de animais de estimação no tratamento de pessoas com agravamentos mentais. Ela menciona que as vantagens da presença de bichos de estimação no tratamento psiquiátrico são altamente positivas, “sobretudo o cão reúne qualidades que o fazem muito apto a tornar-se um ponto de referência estável no mundo externo. Nunca provoca frustrações, dá incondicional afeto sem nada pedir em troca […]” (SILVEIRA, 1982 apud CAETANO, 2010, p. 21).


No âmbito familiar, percebe-se que o animal de estimação tem deixado de ser tratado como bem material, e passa a ser visto como um membro da família, inclusive em casos de separação, nos quais o ex-cônjuge tem o direito legal da guarda compartilhada ou visitas regulares (OLIVEIRA, 2013).

Porém, como tudo na vida tem seu lado negativo, os animais de estimação também apresentam alguns pontos de desvantagens. A primeira coisa que um bichinho de estimação requer é responsabilidade do cuidador: alimentação, atividades para gastar a energia, cuidados veterinários, higiene, amor e carinho são algumas das responsabilidades que o dono de um animal de estimação necessita atender. E é claro que tudo isso, com exceção dos cuidados afetivos, requer investimentos financeiros, ou seja, mais um ponto que pode ser negativo. Entretanto, Oliveira (2013, p. 32) cita uma frase de Triebenbacher (2000) – e que eu concordo – que diz que:


“Humanos que dividem suas vidas com a companhia animal concordarão que os benefícios sobrepõem-se aos custos”.

Outros fatores são as alergias e doenças advindas dos animais que podem afetar o proprietário. Além disso, tem a questão do luto pela morte do amiguinho com patas. Por mais que este seja um aspecto que não receba o devido respeito e atenção, isso pode afetar significativamente o emocional do indivíduo.


Como vemos em nosso dia-a-dia, há pessoas que têm apreço exacerbado por seus bichos de estimação, e tantas outras que praticam crueldades contra estes. Em meu ver, ambos os extremos são perigosos; é preciso haver equilíbrio saudável na relação homem-bicho. Assim, embora as relações interpessoais não devam ser anuladas com a presença e companhia dos animais de estimação, são inegáveis os componentes positivos da inserção deles na vida das pessoas. Desta maneira, eu e minha família nos despedimos da Mimosa com a certeza de que fizemos bem nossa parte, de que cuidamos dela com todo amor, carinho e dedicação que esses bichinhos merecem.


Um grande abraço e até a próxima.

 

REFERÊNCIAS

CAETANO, E. C. S. As contribuições da TAA – Terapia Assistida por Animais à Psicologia. 2010. 67f. Monografia apresentada ao curso de Psicologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense para obtenção de grau de bacharel em Psicologia.

OLIVEIRA, D. de. O luto pela morte do animal de estimação e o reconhecimento da perda. 2013. 187f. Tese (Doutorado em Psicologia Clínica) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC, São Paulo, 2013.

 

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Vamos, juntos, compartilhar e divulgar saúde mental!

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