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  • Foto do escritorRita Galindo

AUTOLESÃO: O QUE ESTÁ POR TRÁS DO ATO DE LESIONAR A SI MESMO?

Atualizado: 8 de ago. de 2021

“Acompanhada por vários sinônimos, a autolesão se caracteriza pelos cortes, queimaduras, mordidas e arranhões, e, até mesmo, a introjeção de objetos pontiagudos”.

Diferentes culturas possuem maneiras distintas de utilizar o corpo para comunicar-se. De acordo com Araújo e companheiros (2016), os indivíduos podem usar adornos, tatuagens e piercing para apresentar sua própria identidade, fé ou status, mas, também, podem ferir intencionalmente o corpo para comunicar um estado de sofrimento psíquico.


Autolesão é o ato intencional de ferir a si mesmo sem a pretensão de tirar a própria vida (ARAÚJO et al, 2016; NOCK, 2010 apud SANTOS & FARO, 2018; GIUSTI, 2013 apud FONSECA et al, 2018). Acompanhada por vários sinônimos – cutting, autoinjúria, autodano, etc. (GUERREIRO & SAMPAIO, 2013 apud SANTOS & FARO, 2018) –, a autolesão se caracteriza pelos cortes, queimaduras, mordidas e arranhões, e, até mesmo, a introjeção de objetos pontiagudos no corpo (CEDARO & NASCIMENTO, 2013 apud FONSECA et al, 2018). Entretanto, é importante destacar que algumas doenças psíquicas trazem consigo o comportamento autolesivo, como “a esquizofrenia, a Síndrome de Tourette, a Síndrome de Lesch-Nyhan, o autismo” (SANTOS & FARO, 2018, p. 2), Transtorno de Personalidade Borderline, entre outras.


Embora seja uma conduta que pode estar em pessoas de qualquer raça, religião ou classe econômica, a prevalência parece ser maior em adolescentes, segundo estudos realizados no exterior (SANTOS & FARO, 2018; FONSECA et al, 2018). Ora, no período da adolescência, o ser humano passa por muitas transformações, adaptações e elucidação de si mesmo e do outro, vivenciando um turbilhão de emoções, sentimentos e pensamentos, além da busca pela aprovação de seus pares e grupos. Neste sentido, Borges e Werlang (2006), citados por Santos e Faro (2018, p. 3), apontam que “o jovem pode engajar-se em comportamentos agressivos, impulsivos ou mesmo suicidas, […] com vistas à adaptação a contextos considerados aversivos”. Vale ressaltar que isto não acontece, necessariamente, com todos os adolescentes. Santos e Faro (2018) indicam que a autolesão está relacionada a algumas doenças psicológicas (como mencionado no parágrafo anterior), a ambientes e contextos estressores, traumas infantis e influências prejudiciais.


Mas, o que leva estes indivíduos a autolesionarem-se?


Santos e Faro (2018) e a psicóloga Maitê Hammound (2017) concordam que algumas funções da conduta autolesiva são:

  1. Regulação emocional: o indivíduo se fere para minimizar uma dor interna ou sofrimento emocional;

  2. Comunicação social ou forma de expressão: as feridas são uma forma de chamar a atenção – não no sentido pejorativo, mas de fazer com que os outros vejam seu apelo –, pois o indivíduo pode ter problemas em comunicar ou expressar suas dores;

  3. Aprendizagem social ou modelo social do efeito de contágio;

  4. Sensação de alívio.

É importante que pais, responsáveis e, até mesmo, professores estejam atentos aos comportamentos dos jovens. Mais importante ainda é nunca julga-los ou culpa-los pelos acontecimentos, mas entender que pode haver algo em desequilíbrio. A busca por ajuda psicológica é essencial.


Forte abraço e até a próxima

 

REFERÊNCIAS


ARAÚJO, J. F. B. et al. O corpo na dor: automutilação, masoquismo e pulsão. Estilos clin., São Paulo, v. 21, n. 2, p. 497-515, 2016.


FONSECA, P. H. N. et al. Autolesão sem intenção suicida entre adolescentes. Arquivos brasileiros de Psicologia, Rio de Janeiro, v. 70, n. 3, p. 246-258, 2018.


HAMMOUND, M. Autolesão: cortes mostram intenso sofrimento. Mundo Psicologos. 2017. Disponível em: <https://br.mundopsicologos.com/artigos/autolesao-cortes-mostram-intenso-sofrimento>. Acesso em: 06 ago. 2019.


SANTOS, L. C. S.; FARO, A. Aspectos conceituais da conduta autolesiva: uma revisão teórica. Psicol. Pesqui., Juiz de Fora, v. 12, n. 1, p. 1-10, 2018.

 

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