Este é o último artigo da temática mensal Isolamento em tempo de pandemia. Mostrei o que se entende por isolamento social e apresentei algumas vantagens e desvantagens deste isolamento involuntário. Para esta semana, irei apontar algumas ideias e dicas para encarar este isolamento de maneira mais positiva.
Embora difícil, essa pandemia pode ser vista como um momento de mudanças. Não me refiro às mudanças que temos visto nas últimas semanas, como comércio, estabelecimentos e escolas fechados, intensificação do home office, ruas mais vazias, mas sim ao comportamento e ao psicológico das pessoas.
A princípio, gostaria de destacar como reduzir o impacto na saúde mental, prevenindo, de alguma maneira, ansiedade e depressão. Antes de iniciar, entretanto, gostaria de pontuar que há muitos problemas que podem ter se intensificados devido à quarentena. É o caso de violência doméstica, viciados em drogas, ou pessoas que apresentavam alguma desordem emocional ou psicológica, por exemplo. Deve-se sempre ter em mente que há profissionais que dão apoio e mantém seus trabalhos ativos. Portanto, PROCURE AJUDA SEMPRE!
Não há como negar que a incerteza do amanhã desgasta de tal forma que pode-se chegar a desenvolver ansiedade e/ou depressão. É só pensar em como dentro do período de três ou quatro meses o mundo inteiro se modificou de tal forma, e precisa-se adaptar rapidamente. É esta adaptação que irá ajudar a enfrentar desafios e superar obstáculos. E não me refiro apenas diante da pandemia do COVID-19, mas de qualquer outra realidade que requer de alguma adaptação.
Como este mês minha temática central é o isolamento na pandemia, destaco algumas dicas direcionadas a isto, mas pode-se adaptar a outras realidades.
Evite muita informação tóxica: o que se tem visto foi muita informação de mortes, de pessoas infectadas, abalos econômicos, aumento de violência doméstica, e por aí vai. Conectar-se em demasia com este tipo de notícia é extremamente prejudicial à saúde mental. Por isso faz-se importante filtrar as informações e evitar esse bombardeio de notícias estressoras.
Mantenha seus contatos: ainda que as recomendações de médicos e cientistas sejam de manter o distanciamento e fazer a quarentena em casa, a tecnologia, hoje, aproxima de maneira surpreendente. Chamar familiares para uma conversa rápida por vídeo ou telefonema, contatar amigos por mensagens, estimular um happy hour com colegas do trabalho depois do expediente de todos convidando-os a pedirem uma pizza ou petiscos diante da câmera do computador. O essencial é conversar e não se afastar dos seus contatos sociais.
Estabeleça sua rotina: ocupar o dia com tarefas que possam ser mantidas durante a semana para que a nova agenda possa ajudar a manter a rotina, mas não faça desta rotina algo cristalizado e enlouquecedor.
Engaje em algo que você goste: é uma boa opção dispensar algum tempo para si mesmo, fazendo algo que goste: assistir seriados, filmes, ler livros, trabalhos manuais, enfim, qualquer hobby que ajude a relaxar, desconectar um pouco do mundo e zelar pelo bem-estar.
Permita-se fazer coisas novas: dentro do possível, há sempre algo novo para se fazer, mesmo dentro de casa. Ouvir bandas diferentes, ritmos de música novos, aprender um novo passatempo, se abrir a novos cursos online são algumas ideias de como usar a criatividade para encarar esta nova realidade e manter a saúde mental.
Repare na empatia: muitos dos acontecimentos que envolveram grande massa da população têm, em algum grau, empatia envolvida. Grande comoção, solidariedade coletiva, pensar num bem maior são exemplos de como situações como esta podem aflorar a empatia. Não descarto, infelizmente, pessoas de má índole e perversas que tiram proveito da situação para cometer crimes, mas a grande maioria tem sim praticado a empatia.
Confie na sua capacidade de resiliência: pense e reflita sobre momentos difíceis e delicados que você conseguiu superar e encarar de frente. Você pode descobrir coisas maravilhosas sobre si mesmo apenas olhando para sua caminhada.
Antes de finalizar, gostaria de destacar que, hoje, dia 28 de abril de 2020, são mais de 905 mil pessoas recuperadas deste vírus, contra 212 mil vítimas fatais, de acordo com o site da Universidade Johns Hopkins. São números altos, mas há bem mais recuperados. Todos estamos passando por uma situação dura. Como você lida com esta realidade é que define o quão difícil ou fácil será. E lembre-se: você não está sozinho, procure por ajuda.
Boa semana e até o próximo artigo.
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Vamos, juntos, compartilhar e divulgar saúde mental!
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