"Crianças maduras e adultos infantis?"
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Passei os últimos fins de semana junto de crianças, filhas de amigos e conhecidos, que variam entre 4 e 6 anos de idade.
Nessa faixa etária, é comum que as crianças abstraiam mais informação, usem sua criatividade, façam algumas associações e movimentos que, até então, eram mais difíceis.
É muito interessante, também, acompanhar o raciocínio da criança na resolução de problemas e no relacionamento com outras crianças. Se você tem ou já teve a oportunidade de conviver e acompanhar o desenvolvimento de alguma criança, sabe do que estou falando.
Um episódio que presenciei nos últimos fins de semana foi quando:
Aninha, entusiasmada para se juntar com Mariazinha no sofá, foi barrada porque, segundo Mariazinha, ela estava suja. Ora, ambas as meninas correram por todo o quintal, mas a sujeita de Aninha era mais visível, o que justifica o cuidado para manter o sofá limpo de Mariazinha. Aninha, então, cruza os braços e sai do local com a cara emburrada. Do lado de fora, se vira para Mariazinha, que permaneceu no sofá, e solta “Então você não vai brincar com o cachorro, porque está limpa”. Mais que depressa, Mariazinha se levanta e corre com Aninha. Ambas brincam com o cachorro.
O que as separava logo as uniu novamente. E era assim em todos os entraves que as crianças se colocavam: uma briga, um choro, uma encrenca; as mães e pais orientavam e conversavam com sua criança, e logo todos estavam correndo e brincando juntos novamente.
Eram resoluções simples que as próprias crianças tinham. Não guardam rancor ou raiva, nem se prolongam nos desentendimentos.
Paralelamente, nas últimas semanas, a corrida ao cargo de prefeito da cidade de São Paulo tem sido marcada por debates acalorados entre os candidatos.
E aí vem minha reflexão e comparação dos comportamentos das crianças de 4 a 6 anos de idade e com os candidatos a prefeito. Estes últimos são, simplesmente, adultos infantis.
Comparando os comportamentos de crianças maduras e adultos infantis
Crianças X Adultos
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Resolução de problemas | |
Conseguem resolver problemas simples e fazem perguntas para entender o mundo. | Ao invés de discutir de forma madura e construtiva, evitam a conversa ou recorrem a comportamentos infantis, como o "tratamento de silêncio" ou fazer birra. |
Imaginação | |
Costumam criar histórias e usar o faz de conta. | Preferem viver em uma "zona de conforto", evitando desafios ou responsabilidades mais complexas, muitas vezes criando uma visão distorcida da realidade. |
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Coordenação motora (grossa e fina) | |
Pulam, correm, sobem escadas alternando os pés, desenham formas simples, constroem com blocos, etc. | Lançamento de cadeira no opositor. |
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Independência | |
Gostam de fazer as coisas sozinhas, como se vestir e comer. | Dificuldade em tomar decisões por conta própria ou em resolver problemas de forma madura. |
Sentimentos | |
Podem descrever emoções, embora ainda estejam aprendendo a lidar com frustrações. | Buscam frequentemente validação e reconhecimento de outras pessoas e são sensíveis a críticas e podem responder de forma defensiva ou com vitimização. |
Empatia | |
Começam a entender os sentimentos dos outros, mostrando sinais de empatia. | Dificuldade em entender ou se importar com os sentimentos dos outros. |
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Interação | |
Começam a brincar mais em grupo e a colaborar, aprendendo a compartilhar e seguir regras simples. | Podem demandar atenção excessiva e ficar chateados quando não são o centro das atenções. Além disso, tendem a interpretar mal as ações de outras pessoas e têm dificuldade em manter relacionamentos saudáveis. |
Competição e comparação | |
Podem se comparar com outras crianças, o que pode gerar tanto orgulho quanto frustração. | Podem evitar responsabilidades, procrastinar ou delegar a outros, muitas vezes colocando a culpa em fatores externos. |
Regras | |
Entendem e seguem regras em jogos, embora ainda possam ter dificuldade em aceitar quando perdem. | Têm dificuldade em controlar impulsos e reagem de maneira exagerada diante de contratempos. |
Crianças de 4 a 6 anos estão mais desenvolvidas do que os candidatos nos debates eleitorais? Crianças maduras e adultos infantis?
Não há necessidade de generalizar todas as crianças, muito menos garantir que as que eu me refiro aqui se tornem adultos emocionalmente mais inteligentes, pois o comportamento e entendimento de mundo de cada indivíduo são influenciados pelas ações de diferentes fatores.
Porém, o que se espera de uma pessoa que se candidata a liderar e gerir uma cidade é maturidade, respeito e compromisso, mas acho que poderiam resolver seus problemas e suas diferenças mais como crianças e menos como adultos infantis.
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Vamos, juntos, compartilhar e divulgar saúde mental!
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