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  • Foto do escritorRita Galindo

DOCUMENTÁRIO: ELENA

Atualizado: 5 de ago. de 2021



Esta semana trago o filme brasileiro – mais precisamente um documentário – dirigido por Petra Costa. No filme, Petra retrata a história de sua irmã mais velha, Elena, que se suicidou quando tinha 20 anos. O drama é de 2012 e conversa diretamente com meu artigo desta semana sobre suicídio na adolescência.


Petra monta seu documentário a partir de filmagens de sua irmã e narra como se estivesse conversando com Elena. Assim, a primeira aparição em vídeo de Elena é de quando ela estava com 13 anos, dançando. A imagem que se tem é de uma jovem vivaz, decidida em sua carreira de atriz e dançarina, que adora a irmãzinha. No entanto, a narradora aponta que, após a separação dos pais, Elena teve algumas mudanças. Passados alguns anos, Elena segue para Nova Iorque para dedicar seus estudos nas artes cênicas, e depois passa a morar com a mãe e Petra na cidade estadunidense.


Embora não diga abertamente que Elena sofria de depressão, a narrativa e imagens demonstram claramente este fato: o vazio no peito, os diversos momentos em que não queria sair da cama, choros de profunda tristeza, desânimo, distanciamento de suas relações interpessoais e sociais, a vontade de deixar de viver.


Após uma primeira tentativa, Elena se suicida. O filme, então, aborda como foi para a mãe e Petra viver a perda repentina de Elena. Ambas têm muitas dificuldades: a mãe, aparentemente, sofre depressão, mas consegue manter sua saúde mental para cuidar da filha mais nova; Petra, que estava com sete anos na época, demora para assimilar a morte da irmã.


O filme é bastante poético, com narrativa triste e saudosa. As imagens transmitem certa melancolia, também, acentuando a depressão que Elena vivenciou até o ato de sua morte. Para Petra e a mãe ficaram o sentimento de culpa e incredulidade.

A sensação que tive ao chegar na parte da confirmação da morte de Elena foi de tristeza, embora eu soubesse que ela se matou. Foi um momento de reflexão para mim sobre tudo o que ela viveu nos últimos meses de sua vida, de como foi para ela lidar com a depressão e não ter encontrado outra saída para seu sofrimento. Elena não tinha mais forças e desistiu, assim como tantos outros jovens desistem da vida. Quanto a Petra, me parece que, com a concretização deste filme, ela, finalmente, elaborou seu luto. Ela mesma diz que encenou a morte delas, de Elena e dela mesma, para poder encontrar o caminho para viver.


O documentário é reflexivo e poético, com um ritmo mais lento e narrativas tristes, o que pode exigir empatia do espectador. É boa opção para entender como a depressão e o suicídio são assuntos pertinentes da sociedade e que necessitam de muita atenção e divulgação.


Forte abraço e bom filme.

 

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Vamos, juntos, compartilhar e divulgar saúde mental!

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