top of page
  • Foto do escritorRita Galindo

FILME: O SORRISO DE MONALISA

Atualizado: 3 de ago. de 2021


No início da semana, publiquei um artigo sobre o Dia da Mulher, comemorado hoje. Pretendo, a partir de hoje, trazer publicações sobre filmes que conversem com meus artigos do início da semana. Não quero, com isso, fazer críticas sobre o enredo, dizer se o filme é bom ou ruim, pois isso é muito particular de cada um, ou falar artisticamente sobre os filmes que irei expor, mas fazer com que sua história dialogue com meu artigo publicado na mesma semana. Sendo assim, estreio hoje com O Sorriso de Monalisa, filme de 2003, do diretor Mike Newell, e estrelado por Julia Roberts, Kirsten Dunst, Julia Stiles, Maggie Gyllenhaal, e Ginnifer Goodwin.



A história se passa em 1953, e nos apresenta Katherine Watson, uma professora de História da Arte que ingressa no Wellesley College, um colégio só para garotas e, embora as estudantes sejam inteligentes, requintadas e bonitas, boa parte almeja apenas uma coisa: ser boa esposa, zeladora e – por que não dizer – passiva aos serviços da casa e cuidados do marido e dos filhos.


A sociedade representada no filme e toda a direção do colégio mantém o pensamento de que lugar de mulher é em casa, sempre com bons modos à mesa, às visitas e ao marido, sem o direito de se expressar ou expor opiniões. É nesse meio que Katherine encontra suas alunas. Ela é uma mulher que “já passou da idade de se casar” (pois, naquela época, quanto antes a mulher arranjar um partido, melhor para seu status social) e que está solteira, que vem de mudança de um estado longe de onde está agora, e que ensina História da Arte. Estes são os ingredientes para o preconceito da época: não ter marido, não ter um lar, e ainda incentivar o pensar e o expressar.


É claro que com essa bagagem haveria impasse entre professora e estudantes, uma vez que as ideias da “boa esposa” estavam bem enraizadas na visão de mulher da época e, consequentemente, das jovens. É, também, de se esperar que a grade curricular do colégio estivesse voltada para isso, com aulas sobre como cruzar e descruzar as pernas e como preparar um jantar para o chefe do marido.


É interessante observar a pouca visão de futuro que as moças têm: após o casamento, elas serão… casadas, e apenas isso. Katherine tenta mostrar que, além de casadas, elas podem ser profissionais, também. Outro ponto a ser observado é como algumas alunas, professoras e direção da instituição são determinadas em manter os “bons modos femininos”. Ao final do filme, antes dos créditos, mas já tendo encerrada a história, são apresentadas cenas – aparentemente da época – de concursos para Senhora América: mulheres que deveriam ser boas em arrumar a cama, trocar as fraldas do bebê, limpar o piso, etc.


Embora essa condição nos pareça tão antiquada, para a época fazia todo o sentido. Vale lembra que esta é uma representatividade da burguesia, ou seja, uma classe social específica. O filme não apresenta mulheres de baixa renda ou negras, às quais a condição de vida e de ser mulher eram bem diferentes e, até mesmo, contrastantes. Assim, O Sorriso de Monalisa é apenas um exemplo de como a mulher (burguesa) era vista na metade do século passado e como, hoje, isso avançou em certos pontos.


Se você, meu caro leitor, teve a oportunidade de assistir ao filme, assista-o novamente; se não assistiu, faça-o e atente às ideias contrastantes e impactantes que representam o empasse da visão de mulher entre alunas e professora.


Um forte abraço e bom filme.

 

E aí, gostou da matéria? Achou interessante? Curta o post, acompanhe nas redes sociais e compartilhe para seus amigos, familiares ou pessoas que possam se agradar também.

Vamos, juntos, compartilhar e divulgar saúde mental!

13 visualizações

Posts Relacionados

Ver tudo

Comentários


bottom of page