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  • Foto do escritorRita Galindo

HOMESICK: A SAUDADE DE CASA

Atualizado: 3 de ago. de 2021

“Você não está apenas com saudade da sua casa literalmente. Você está com saudade do que é normal, o que é rotina, a ampla sensação de espaço social, porque essas coisas nos ajudam a sobreviver”.


Boa tarde, meu caro leitor.


Esta é minha primeira postagem, e, para mim, foi um tanto complicado decidir qual seria meu primeiro assunto a ser abordado. Decidi, então, pela saudade. Mais especificamente, a saudade de casa.


Há pouco mais de um ano, tive a oportunidade de fazer intercâmbio no Canadá. Passei nove meses no total. Na época de minha partida, eu tinha acabado de me formar como psicóloga, e tinha acabado de me casar. Consegue imaginar uma pessoa que, até então, nunca morou em outro lugar a não ser na mesma casa toda a vida, sem prática na língua estrangeira, e apegada à família, indo morar sozinha em um país completamente novo, de cultura e hábitos diferentes? Pois é! Esta pessoa fui eu, assim como tantas outras que saem de casa para morar em outa cidade, estado ou país, por qualquer razão, motivo ou circunstância.


Independente da causa dessa “mudança de ares”, o sentimento comum que surge em muitas pessoas é a homesick, palavra inglesa que não possui uma tradução específica, a não ser saudade de casa. O surgimento da homesick varia de pessoa para pessoa. Enquanto alguns indivíduos lidam bem nas primeiras semanas ou meses para depois ter saudade de casa, outras já sentem a saudade apertando nas primeiras horas. Porém, esse sentimento traz consigo muito além da simples saudade de casa, da família e dos amigos; ele traz, também, a mudança de rotina, responsabilidades maiores, insegurança, tensão. Como afirma Klapow (2010, para. 17) “You’re not literally just missing your house. You’re missing what’s normal, what is routine, the larger sense of social space, because those are the things that help us survive” (“Você não está apenas com saudade da sua casa literalmente. Você está com saudade do que é normal, o que é rotina, a ampla sensação de espaço social, porque essas coisas nos ajudam a sobreviver”). Podemos pensar, então, que o novo, a situação nova, a mudança, pode auxiliar no surgimento da homesick, afinal, aquilo que não conhecemos, por vezes, nos causa medo.


Homesick, então, é a saudade da família, da rotina, de pequenas coisas que eram cotidianas, mas que agora não o são mais. OK! Já sei o que é essa saudade de casa e porque ela é causada, mas, como eu lido com a homesick? Devo dizer que, infelizmente, não existe uma fórmula pronta para lidar com esse sentimento, pois cada indivíduo tem um histórico único, experiências próprias e maneiras de encarar as situações muito particulares. Minha estratégia, por exemplo, foi justapor fotos e objetos que me lembravam minha casa, minha família e meus amigos. Cada objeto tinha seu próprio significado.

Aceitar o problema – que, nesse caso, não é, necessariamente, um problema, mas um sentimento do momento experienciado – é um primeiro passo. A partir disso, é traçar estratégias para apaziguar a saudade e encará-la de uma maneira saudável, de acordo com seu próprio perfil e limites. Assim, enquanto para algumas pessoas é interessante ligar todos os dias para familiares e amigos, para outras isso pode ser visto como um modo de reforçar seu apego à “vida antiga”; enquanto para alguns indivíduos é importante ouvir músicas ou fazer refeições que remetam sua casa, para outros isso não serve como avanço para a superação da homesick. Portanto, prefiro pontuar:

  1. Aceite a saudade da sua casa, da sua rotina;

  2. Estabeleça uma nova rotina dentro das novas possibilidades e de seus limites;

  3. Tenha em mente a razão pela qual você precisou sair de casa;

  4. Trace suas próprias estratégias, sem se basear em casos e experiências de outras pessoas.

Homesick não é uma patologia, podendo ser superada com o tempo. No entanto, se você perceber que o sentimento de saudade de casa não passa e isso te causa sofrimento, procure ajuda. Grupos de pessoas que passam pela mesma situação, religiosos (se assim for interessante para você), ou do profissional da Psicologia, que saberá te escutar sem julgar, irá acolher seu sofrimento, e te auxiliará, da melhor maneira possível, a encarar toda a mudança e sentimentos provindos da saída de casa.


Um grande abraço e até a próxima.

 

REFERÊNCIA HO, Derrick. Disponível em: <http://edition.cnn.com/2010/HEALTH/08/16/homesickness.not.about.home/index.html>. Acesso em 26 fev. 2019.

 

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Vamos, juntos, compartilhar e divulgar saúde mental!

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