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  • Foto do escritorRita Galindo

O MAU USO DA INTERNET

Atualizado: 5 de ago. de 2021

“Muitas vezes, para nos afastarmos de nossos problemas reais, é mais fácil nos escondermos, nos refugiarmos num mundo virtual, ou seja, irreal”.


Olá, meu estimado leitor.


Você já parou para pensar como seria o mundo hoje sem a internet?


Vemos em representações cinematográficas, documentários e novelas como era o cotidiano sem esta tecnologia, e imaginamos como seria nossa vida naquele tempo – eu, pelo menos, reflito sobre isso vez e outra.


O fato é: a internet chegou sorrateira, como um sistema que compartilhava informações entre os norte-americanos no tempo da Guerra Fria contra a Rússia (DIANA, s.d.). Embora sem a abrangência e diversificadas funcionalidades, já naquela época tinha-se o “esboço” daquilo que se tornaria o grande boom do século. Foi no ano de 1969 que o primeiro e-mail foi enviado (DIANA, s.d.). Daí em diante, a estrutura e o alcance da conectividade através da internet foi se desenvolvendo, até que, na década de 1990, o britânico Timothy John Berners-Lee criou a tão conhecida World Wide Web, ou o famoso www no início dos endereços de sites (DIANA, s.d.). Desta maneira, seu uso foi aumentando diariamente, e, no ano passado - 2018 - , éramos mais de 4 bilhões de usuários da internet, o que totalizava 54% de toda população mundial, e nosso país estava na 4ª posição do ranking de contas ativas no Facebook (KEMP, 2018).


É inegável que a vida do ser humano sofreu uma reviravolta com a introdução desta tecnologia: sua maneira de interagir, de se expressar, de se relacionar com os outros e consigo mesmo, de aprender, educar, pensar, dialogar, entreter, debater, conhecer, compartilhar. Enfim, foram mudanças às quais os mais jovens foram se adaptando, melhorando de acordo com as demandas que surgiam, ensinando os mais velhos e os mais novos, que, agora, nascem imersos no mundo da internet. Hoje em dia, é impossível não nos depararmos com uma criança de dois ou três anos mexendo habilmente no celular dos pais ou em seu próprio tablet.


Porém, assim como tem seus pontos positivos, a internet engaja, também, aspectos negativos, que afetam diretamente a vida de tantos indivíduos. Uma grande parcela da população, por exemplo, não sabe viver sem seus smartphones conectados à rede. Será que isso é normal? Até que ponto esta conectividade é sadia?


Várias problemáticas surgiram ou se acentuaram com a internet: depressão, ansiedade, vício ou mau uso desta tecnologia, isolamento, agressividade, negligência. Fortim e Araújo (2013) pontuam que indivíduos viciados na internet podem negligenciar os cuidados a si mesmos e a outras pessoas, especialmente aquelas que dependem deles, como crianças ou idosos, podendo afetar a vida profissional, financeira e familiar. Além disso, a internet carrega consigo a ideia de impunidade para atos cometidos através dela. O bandido – colocado aqui como aquele indivíduo que faz algum mal aos outros, não se limitando, apenas, àquele que assalta ou furta – antigamente usava uma máscara para cobrir o rosto, e hoje faz uso de perfis falsos para caluniar e agredir verbalmente.


Karnal (2018) aponta três poderes que o usuário mal intencionado adquiri na internet:

  • O poder dos dedos, que clicam, procuram, bloqueiam, deletam o que querem;

  • O poder da fantasia, pois permite que o usuário seja quem ele quiser;

  • O poder do descompromisso com a responsabilidade, podendo agredir outras pessoas sem receber punições por isso.

A psicóloga Kerollayne Morais Araújo menciona em seu artigo que muitas pessoas hoje são, aparentemente, mais frustradas e impotentes do que tempos atrás, necessitando mostrar seu “poderio e superioridade” aos outros, agredindo e ofendendo desmedidamente. Somando-se a isto, outra psicóloga, Jaqueline Rangel Costa, aponta em seu artigo que muitos usuários expõem seus perfis de maneira irreal, não condizendo com sua realidade.


Com tantos benefícios possíveis, será mesmo que a internet é o problema do ser humano?


As pessoas têm suas boas e más intenções. O modo como cada uma as apresenta depende de sua vivência, de sua experiência, saúde mental, força egóica. Muitas vezes, para nos afastarmos de nossos problemas reais, é mais fácil simplesmente nos escondermos, nos refugiarmos num mundo virtual, ou seja, irreal. Assim, gostaria de encerrar este artigo citando Karnal (2018, p. 47):


“ninguém está nos dizendo para abandonarmos celulares e computadores, mas para refletirmos sobre como os usamos”.

Abraços e até a próxima.

 

REFERÊNCIAS

DIANA, D., s.d. História da internet. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/historia-da-internet>. Acesso em: 26 mar. 2019.

FORTIM, I.; ARAÚJO, C. A. Aspectos psicológicos do uso patológico de internet. Bol. Acad. Paulista de Psicologia. São Paulo, v. 33, n. 85, p. 292-311, Out. 2013.

KARNAL, L. O dilema do porco espinho. 4 ed. São Paulo: Planeta do Brasil, 2018.

KEMP, S., 2018. Social media use jumps in Q1 despite privacy fears. Disponível em: <https://wearesocial.com/blog/2018/04/social-media-use-jumps-in-q1-despite-privacy-fears>. Acesso em: 26 mar. 2019.

 

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Vamos, juntos, compartilhar e divulgar saúde mental!

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