"Ao longo da vida, nossos índices de felicidade costumam ser estáveis e que dependem menos de eventos externos do que se imagina".
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Definir felicidade é tarefa complicada. Os dicionários online Dicio e Significados trazem que felicidade é, respectivamente, a “sensação real de satisfação plena; estado de contentamento, de satisfação” (DICIO, s.d., para 1) e a “sensação de bem-estar e contentamento, que pode ocorrer por diversos motivos” (SIGNIFICADOS, s.d., para. 1). Por outro lado, o blog de psicologia A Mente é Maravilhosa (2017) diz que “a felicidade é um estado de espírito, um estado emocional e um estado mental. […] Está associada a um sentimento de plenitude interna e de bem-estar psicológico” (para. 5-6).
Há quem diga que a felicidade está no dinheiro; outros, que ela se encontra nos bens materiais que a pessoa adquire; há, também, quem acredite que felicidade esteja na apreciação dos pequenos momentos da vida. E para você, o que é felicidade?
Não há como negar a importância da felicidade, haja visto que existem muitas pesquisas e estudos sobre esta temática. A felicidade tem aparecido na vida do homem há muito, mas muito tempo. Assim, as psicólogas Camalionte e Boccalandro (2017), em sua pesquisa, lembram que, por algum período, a felicidade era entendida como providência da graça dos deuses, estando fora do alcance humano. Elas apontam, ainda, que felicidade era vista como perfeição humana, ou seja, um indivíduo completo e desprovido de qualquer necessidade, carência ou desejos. Anos mais tarde, este conceito sofreu a influência socrática, que entendia a busca da felicidade como responsabilidade individual. Por fim, as pesquisadoras concluem que esta ideia se alterou no período do Iluminismo, que trouxe a felicidade como direito da pessoa e dever da sociedade.
O bom e velho Freud diz que “quando o prazer é alcançado, a felicidade é encontrada” (PSICANÁLISE CLÍNICA, 2018, para. 2). Já Skinner, citado por Godoy (2019), afirma que “a felicidade não é uma recompensa e sim uma consequência” (para. 2). Nestas duas concepções, entende-se felicidade como sendo algo provindo de outro algo. Já para Aristóteles (LUWISCH, 2007, para. 2), “felicidade se atinge pelo exercício da virtude e não da pose”. Para o filósofo grego, portanto, pode-se afirmar que felicidade está no ser, e não no ter.
É difícil, entretanto, falar sobre felicidade e não mencionar a Psicologia Positiva. Resumidamente, a Psicologia Positiva estuda os aspectos positivos da vida do indivíduo, como afeto, virtudes e comportamentos, e como estes aspectos influenciam em sua saúde e bem-estar (CAMALIONTE; BOCCALANDRO, 2017). Seus teóricos, Seligman e Csikszentmihaly (2000, apud CAMALIONTE; BOCCALANDRO, 2017), utilizando o termo ‘bem-estar subjetivo’ para felicidade, “apontam que o bem-estar subjetivo se refere ao que as pessoas pensam e sentem sobre suas vidas” (p. 208).
Como pode-se ver, a definição de felicidade, além de se alterar ao longo do tempo, é bastante particular, pois cada indivíduo a entende de uma maneira diferente do outro. Todavia, há estudos que procuram identificar a causa da felicidade. Deste modo, Camalionte e Boccalandro (2017) expõem o estudo de Ferraz, Tavares e Zilberman, que realizaram, em 2007, uma revisão bibliográfica relacionando felicidade e os aspectos demográficos e culturais. Assim, o resultado encontrado pelos estudiosos foi:
Poder aquisitivo: quando as necessidades básicas, como alimentação e moradia, são sanadas, o aumento do poder aquisitivo não aumenta o nível de felicidade;
Idade: criança, adolescente, adulto e idoso não apresentam discrepância entre os níveis de felicidade, ou seja, é indiferente;
Gênero: igualmente indiferente.
Nota-se que não há influências significativas de dinheiro na felicidade, bem como as idades e gêneros não apresentam discrepância. Para finalizar, destaco a descoberta de Brickman e colaboradores (1978), citada por Camalionte e Boccalandro (2017, p. 210), que afirma que, “ao longo da vida, nossos índices de felicidade costumam ser estáveis e que dependem menos de eventos externos do que se imagina”. E então, o que é felicidade para você?
Bom fim de semana e até o próximo artigo.
REFERÊNCIAS
CAMALIONTE, L. G.; BOCCALANDRO, M. P. R. Felicidade e bem-estar na visão da psicologia positiva. Bol. Acad. Paulista de Psicologia. São Paulo, 2017. V. 37, n. 93, p. 206-227.
DICIO. Significado de felicidade. S.d. Disponível em: <https://www.dicio.com.br/felicidade/>. Acesso em: 28 jan. 2020.
GODOY, G. A felicidade e B. F. Skinner. 2019. Disponível em: <http://www.gilbertogodoy.com.br/ler-post/a-felicidade-e-b-f–skinner>. Acesso em: 21 jan. 2020.
LUWISCH, M. M. O que é felicidade?. 2007. Disponível em: <https://consultoriodepsicologia.blogs.sapo.pt/5092.html>. Acesso em: 21 jan. 2020.
MARAVILHOSA, A Mente é. O que caracteriza o sentimento de felicidade?. 2017. Disponível em: <https://amenteemaravilhosa.com.br/sentimento-de-felicidade/>. Acesso em 28 jan. 2020.
PSICANÁLISE CLÍNICA. O conceito de felicidade para Freud. 2018. Disponível em: <https://www.psicanaliseclinica.com/conceito-felicidade/>. Acesso em: 21 jan. 2020.
SIGNIFICADOS. Significado de felicidade. S.d. Disponível em: <https://www.significados.com.br/felicidade/>. Acesso em 28 jan. 2020.
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