Nos últimos dias, o mundo tem se transformado drasticamente. Praticamente – e, por que não dizer, literalmente –, da noite para o dia foi preciso mudar os hábitos, a rotina, os costumes e comportamentos, tudo por causa da pandemia que surgiu em dezembro, na China, e se espalhou rapidamente pelo mundo todo. Para conter o avanço devastador da doença, foi decretado em diversos países o isolamento das pessoas em suas residências, haja visto que o contágio do vírus se faz pelo contato das pessoas. No entanto, você sabia que o isolamento social é muito mais do que a simples retenção de uma doença?
O isolamento social pode ser entendido como o afastamento, voluntário ou involuntário, de um indivíduo, ou um grupo de indivíduos, com seus pares, sendo excluído de um ambiente comum ou de atividades e interações sociais (PIMENTA, 2019; RODRIGUES, s.d.). As causas do afastamento variam de caso para caso, embora possam existir algumas razões comuns. No que se refere ao isolamento voluntário, a causa mais comum levantada pelo sujeito é a dificuldade de se relacionar ou criar vínculos com outras pessoas, devido, muitas vezes, à sua baixa autoestima, insegurança, traumas não elaborados e, até mesmo, ansiedade (PIMENTA, 2019). Quanto ao isolamento involuntário, refere-se a algo externo ao indivíduo que lhe impõe seu afastamento social. Como possíveis causas, podem-se destacar o preconceito e a intolerância existentes em uma pessoa ou um grupo de pessoas para com outra, ou mesmo uma doença. Por exemplo, pessoas idosas que são isoladas em casas de repousos, grupos marginalizados, como moradores de rua, que ficam à margem da sociedade (RODRIGUES, s.d.), ou cirurgias que demandam do paciente o distanciamento social.
É sabido que os seres humanos necessitam de contato social. Desde o nascimento, precisa-se de um Outro, precisa-se de pares, para que a personalidade, estado emocional, opiniões, empatia sejam desenvolvidos. Mas, em meio à pandemia da Covid-19, como ficam aquelas pessoas que têm personalidade introvertida? Será que elas se adaptam melhor a esta nova realidade se comparadas aos extrovertidos? A professora Susan Whitbourne (2020) aponta um estudo que diz que nem o introvertido e nem o extrovertido têm vantagens na adaptação a esta nova realidade.
O estudo exposto pela professora diz que dependerá muito mais do psicológico do indivíduo do que de sua personalidade em si. Ou seja, se tanto quem é extrovertido quanto quem é introvertido souber usar esta nova realidade a seu favor, aproveitando oportunidades de crescimento pessoal, o isolamento não será tão penoso. Então, como manter o contato social com este distanciamento? A palavra-chave para isso é: REINVENTAR-SE. Muitos são os exemplos de pessoas que recriaram esta nova realidade.
Maratonista que corre na varanda de casa;
Pessoas praticando exercícios físicos dentro de casa;
Shows na varanda dos apartamentos de diversos prédios;
Celebração de aniversário por chamada de vídeo, e por aí vai.
Não nego que os efeitos negativos que o isolamento social pode acarretar para o indivíduo tendem a ser devastadores, tanto físico quanto mental. Por isso, faço um apelo para aqueles que sentem o peso deste isolamento: procure ajuda psicológica. Diversos psicólogos estão fazendo atendimentos online, inclusive eu mesma. Contate e procure por ajuda.
Boa semana e até o próximo artigo.
REFERÊNCIAS
PIMENTA, T. Isolamento social: o que é e como combate-lo. 2019. Disponível em: <https://www.vittude.com/blog/isolamento-social/>. Acesso em: 02 abr. 2020.
RODRIGUES, L. O. Isolamento social. S.d. Disponível em: <https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/sociologia/isolamento-social.htm>. Acesso em: 02 abr. 2020.
WHITBOURNE, S. K. Is there an introvert advantage in social distancing? Disponível em: <https://www.psychologytoday.com/us/blog/fulfillment-any-age/202003/is-there-introvert-advantage-in-social-distancing>. Acesso em: 02 abr. 2020.
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Vamos, juntos, compartilhar e divulgar saúde mental!
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