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  • Foto do escritorRita Galindo

OS EFEITOS DO DIVÓRCIO NOS FILHOS

Atualizado: 3 de ago. de 2021

“Em muitos casos, as crianças sofrem caladas, sem poder verbalizar sentimentos que nem sempre sabem o que são e, consequentemente, como lidar com eles”.


Bom dia, meu querido leitor.


Muitas pessoas têm o desejo de realizar-se profissionalmente ou ter uma vida financeira estável, assim como tantas outras almejam a felicidade familiar, conjugal e parental. No entanto, sabemos que muitos esferas de nossas vidas têm um ciclo de existência com início e fim, e o casamento pode ser uma delas. Os sites Veja e R7 trazem dados do IBGE de 2016 que apontam para o crescimento dos divórcios quando comparados aos matrimônios, sendo que um em cada três casamentos em nosso país termina com o divórcio. Todavia, os casos de casais divorciados que possuem filhos (muitas vezes, crianças) é igualmente alto, e deve-se ter em mente que o ciclo que se encerra é o de casal, e não pai/mãe-filho.


É extremamente importante que os pais divorciados tenham uma relação pós-divórcio madura com o ex-cônjuge, para que a criança tenha uma imagem positiva de ambos os genitores, especialmente aquele que saiu de casa. Entretanto, muitos pais adotam o comportamento de denegrir a figura do ex-companheiro para o filho, na chamada alienação parental. Mentiras, calúnias, acentuados fatos negativos que nem sempre são verdadeiros, culpar a criança pela saída do genitor, acarretam efeitos que podem ser catastróficos para o infante, correndo-se o risco de serem desenvolvidas doenças psicológicas como depressão e ansiedade.


As crianças que estão inseridas num divórcio merecem muita atenção nesse momento delicado de suas vidas, especialmente no que se refere à saúde mental e psicológica, afinal, se é difícil para o casal se separar, imagine para os infantes que estão formando sua personalidade e suas representatividades sobre relacionamentos. Dependendo de como a separação dos pais ocorre, a criança pode ter problemas nas esferas de aprendizagem, comportamento e autoestima. Oaklander (1980, apud SILVA; GONÇALVES, 2016) aponta que “o divórcio poderá ser o desencadeador da baixa autoestima na criança, demonstrando-se através de comportamentos como: chorar com facilidade, necessidade de vencer, trapaças, comportamentos antissociais, críticas a si mesmo” (p.3), o que pode ser agravado se os genitores negligenciam os cuidados a esse filho.


Por esta razão que se recomenda que todos os envolvidos na separação devem conversar entre si e ter claros os motivos do divórcio, o que inclui os filhos, que podem ser prejudicados a curto e longo prazos. Em alguns casos, surge nas crianças a necessidade de compensar a ausência da família anteriormente possuída apresentando pequenos furtos, mentiras, medo de novas decepções, apegos excessivos ou fanatismo, etc. Em muitos casos, as crianças sofrem caladas, sem poder verbalizar sentimentos que nem sempre sabem o que são e, consequentemente, como lidar com eles. Neste sentido, citando Brito (2007, p. 44), “ao generalizar a interpretação de que o rompimento do par conjugal traria vantagens a pais e filhos, pode-se correr o risco de desconsiderar os últimos como sujeitos de direitos que possuem sentimentos e necessidades que lhes são próprios”. Ou seja, acredita-se que a separação será boa tanto para os pais quanto para os filhos, sem levar em consideração os sentimentos, vivências e entendimentos das crianças. Logo, são indispensáveis a intervenção psicológica e o tratamento psicoterapêutico para que estes filhos possam expressar seus sentimentos e resolvê-los, bem como se ajustar à nova dinâmica familiar de maneira saudável. Recomenda-se, também, que os pais façam acompanhamento psicológico para não apenas encarar a separação como uma nova etapa de suas vidas, mas que possam dar o suporte necessário aos filhos. Afinal, o adulto é resultado de sua infância.


Abraços e até a próxima.

 

REFERÊNCIAS

ESTADÃO CONTEÚDO, 2017. Um a cada três casamentos termina em divórcio no Brasil. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/brasil/um-a-cada-tres-casamentos-termina-em-divorcio-no-brasil>. Acesso em: 11 mar. 2019.

MORAES, J.; HAKIME, R., 2017. IBGE: divórcios sobem, casamentos caem e brasileiros têm menos filhos. Disponível em: <https://noticias.r7.com/brasil/ibge-divorcios-sobem-casamentos-caem-e-brasileiro-tem-menos-filhos-14112017>. Acesso em: 11 mar. 2019.

SILVA, I. T. O.; GONÇALVES, C. M. Os efeitos do divórcio na criança. Psicologia.pt. Disponível em: <http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A1042.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2019.

 

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