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  • Foto do escritorRita Galindo

POR QUE NÃO FAZER PSICOTERAPIA?

Atualizado: 2 de ago. de 2022

Embora o olhar para a saúde mental esteja mudando, muitas barreiras ainda existem para a procura, aderência e permanência na psicoterapia.

Os últimos anos têm sido bastante intensos: pandemia, isolamento, alta nos preços, guerras diplomáticas, e por aí vai. Para lidar com todos os problemas sociais, sanitários e financeiros, é preciso estar com o corpo e, principalmente, a mente sãos.


Há de se admitir que todas estas questões que citei exercem algum peso na saúde mental de qualquer indivíduo. Alguns se afetam mais, outros menos. E, ainda assim, nos deparamos com o seguinte questionamento:


“Por que fazer psicoterapia?”.

Porém, a maneira de lidar e enfrentar os problemas externos depende de como o indivíduo lida com seus próprios problemas internos. As crises intrínsecas resultam da experiência de vida do sujeito, como este enfrentou e resolveu suas próprias demandas. E, novamente, alguns conseguem lidar com elas de maneira satisfatória, enquanto outros, por alguma razão, as “varrem para debaixo do tapete”. A questão é que esta “sujeira” continua lá, “debaixo do tapete”, podendo causar grandes impasses no dia-a-dia da pessoa, em suas relações e em sua saúde emocional. E, mesmo assim, o questionamento persiste:


“Por que fazer psicoterapia?”.

Embora o olhar para a saúde mental esteja mudando – principalmente depois da pandemia da COVID-19, na qual se aflorou sintomas de ansiedade, depressão e burnout –, muitas barreiras ainda existem para a procura, aderência e permanência na psicoterapia. Vejamos alguns pontos possíveis para esta resistência.



RESISTÊNCIA AO ATENDIMENTO PSICOLÓGICO


O termo resistência que adoto aqui refere-se à não procura por ajuda de um psicólogo ou à desistência dos atendimentos psicológicos. Assim sendo, há diversas razões pelas quais o indivíduo evita ou desiste da psicoterapia.


1. Financeiro

Este é, de longe, o motivo mais apontado pelas pessoas que não buscam ou desistem do tratamento psicoterapêutico. É claro que, na situação em que nos encontramos hoje em dia, com alta nos preços de diversos produtos, salários que não acompanham esta alta, políticos corruptos, etc., o cidadão dispensa o psicólogo para suprir suas necessidades mais urgentes.


No entanto, é preciso se lembrar que o psicólogo é um especialista tão essencial quanto um médico ou um dentista, por exemplo. E, assim como estes profissionais são procurados com alguma regularidade, o psicólogo deve ser também. Assim, existe a possibilidade do serviço provindo de convênios médicos. Todavia, além de ser um atendimento de tempo reduzido – 30 minutos (e até de 20 minutos eu já vi!) –, o retorno financeiro para o profissional da Psicologia é extremamente baixo para a demanda de clientes que recorrem a ele, mas existe a possibilidade de reembolso que alguns psicólogos podem oferecer. Basta o cliente saber o que o plano de saúde exige para isso.


Além dessas opções, existem muitos psicólogos que fazem um excelente trabalho a preços acessíveis (o valor social) e, até mesmo, gratuitos. Portanto, existem alternativas para qualquer um que realmente deseja cuidar de sua saúde mental.


2. Soluções imediatas

Há quem procure a psicoterapia na esperança de resolver todos seus problemas emocionais em duas ou três sessões. Se você pertence a este grupo, reveja seu conceito.


Tudo na vida demanda tempo. Por mais que o mundo hoje esteja mais corrido e agitado, com notícias chegando a todo instante, ainda existem situações que exigem tempo para serem realizadas.


Quem busca o atendimento psicológico almeja resolver seus problemas emocionais, mas deve estar ciente de que passará por um processo de cura, o qual necessita tempo.


3. Preconceito

Apesar de algumas ideias a respeito do psicólogo estejam mudando, ainda me deparo com comentários como:


“Psicólogo é para loucos”.
“Psicólogo não fala nada, só ouve. E quando fala, é pra dar conselhos”.
“Procurar psicólogo é frescura”.

Primeiramente, o objeto de trabalho e estudo da Psicologia é o ser humano. Assim, a Psicologia sai dos “manicômios” para diversas áreas da sociedade: escola, hospitais, empresas, esporte, comunidade, etc. Segundo, o psicólogo estudou muito para adquirir uma postura neutra, ética, com empatia e humanizada. Por isso, ele não dá conselhos, mas entende o sofrimento do cliente e auxilia este a ter mais autoconhecimento e resolver seus conflitos. Em terceiro, quem procura a psicoterapia está em sofrimento, e todo sofrimento deve ser levado a sério.


Existe a chance de ter ocorrido uma inadaptação com um psicólogo anteriormente, o que não significa que todos serão iguais. Portanto, se existiu uma experiência ruim anteriormente, saiba que não é raro existir incompatibilidades entre terapeuta e cliente, o que não deve ser generalizado a todos os psicólogos.


4. Medo da mudança e de reabrir feridas

Lembra que mencionei no início deste artigo sobre “varrer os problemas para debaixo do tapete”? Então, esses problemas que parecem estar resolvidos podem estar causando dor e sofrimento que nem sempre o indivíduo se dá conta. Assim, admitir e encarar as “feridas” é um passo desafiador que a psicoterapia propõe. Além do mais, se ainda existe “ferida” é bem possível que ela nunca tenha se fechado.

5. Contato consigo mesmo

A psicoterapia proporciona um espaço para o autoconhecimento e insights. Isso leva a pessoa a entrar em contato consigo mesma e conversar com assuntos pessoais difíceis, o que pode ser assustador para muitos. Daí podem surgir desistências ou encerramento prematuro pelo próprio cliente.


Como pode-se perceber, a psicoterapia é um espaço de encontros e desencontros consigo mesmo, entendendo medos e limites, mas, também, de muitas descobertas e autoconhecimento, além de possibilitar o manejo das emoções e tomadas de decisão mais seguras e maduras.


Embora haja razões para dispensá-la, quem se propõe nesse encontro pessoal chega ao final de seu tratamento mais leve consigo mesmo e ciente do que pode lhe causar mal-estar emocional. Com isso, a pergunta pode se tornar


“Por que NÃO fazer terapia?”.

 

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Vamos, juntos, compartilhar e divulgar saúde mental!



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