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  • Foto do escritorRita Galindo

PSI-BR: ULYSSES PERNAMBUCANO

Nada melhor do que conhecer nossa história, saber mais sobre os passos que foram traçados até os dias de hoje, o que se aprendeu, o que mudou, o que não funciona mais, o que pode ser melhorado.


Com a Psicologia não é diferente, ainda mais quando se trata da história desta ciência aqui no Brasil. Por isso, todo dia 27 eu compartilho uma personalidade que marcou a história da Psicologia no Brasil.


A personalidade histórica de hoje é o médico psiquiatra Ulysses Pernambucano.



Ulysses Pernambucano de Mello Sobrinho nasceu no ano de 1892, em Recife, tendo se formando em medicina no Rio de Janeiro. Lá, defendeu sua tese sobre as manifestações da sífilis. Porém, sua contribuição direta para a Psicologia ocorreu entre as décadas de 20 e 30, quando contribuiu para os testes psicológicos. A partir disso, engajou em pesquisas sobre as doenças mentais entre os negros de Pernambuco.


No ano de 1918, é criada a cadeira de Psicologia Pedagogia na Escola Normal Oficial de Pernambuco, a qual Ulisses concorreu com a dissertação Classificação das crianças anormais. A parada do desenvolvimento intelectual e suas formas; a instabilidade e a astenia mental. Esta redação foi pioneira ao estudar este público (as crianças com necessidades especiais). Embora tenha ganhado em primeiro lugar, por motivos políticos não tomou posse da cadeira.


Cinco anos depois, é nomeado diretor da Escola Normal, tendo exercido papel excepcional, introduzindo, entre outros projetos, o critério para seleção de alunos ingressantes – até então, o que contava era indicação de amigos ou apadrinhamento –, e a garantia de emprego para os melhores alunos. Além disso, criou o instituto de Psicologia e a primeira escola para crianças com necessidades especiais.


Ulysses Pernambucano teve papel importante para a psicologia e psiquiatria brasileiras por se interessar em levantar dados estatísticos das condições da saúde mental da população, o que facilitaria intervenções mais precisas. Contribuiu, também, para atendimentos e cuidados mais humanizados aos pacientes psiquiátricos do hospital Tamarineira: “foram desativados os calabouços onde eram trancafiados os pacientes considerados “perigosos”, instituiu um pavilhão de “observação de pacientes” e um moderno serviço de hidroterapia” (PEREIRA, 2005).


Lutava em defesa de grupos minorizados, como negros e crianças especiais, de forma humanizada. Isso provocou desentendimento político, levando Ulisses ao desgaste físico. Desde 1936, em decorrência de uma série de mal entendidos, Pernambucano desenvolve problemas cardíacos, levando a óbito em 1943.


Por ter tido importante contribuição na área da saúde mental, o secretário estadual de saúde, Djama de Oliveira, homenageia Ulysses Pernambucano rebatizando o antigo Hospital de Alienados (popularmente conhecido como hospital Tamarineira) com seu nome.


 

REFERÊNCIAS

ANDRADE, M. C. Ulysses Pernambucano. Disponível em: <https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/ulysses-pernambucano/>. Acesso em: ago. 2022.


CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Memórias da Psicologia - Ulisses Pernambucano. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=dzsYlRp93uU>. Acesso em: jul. 2022.


iPatrimônio. Recife - Hospital Ulisses Pernambucano. Disponível em: <https://www.ipatrimonio.org/recife-hospital-ulisses-pernambucano/#!/map=38329&loc=-8.031194891336071,-34.90407943725586,15>. Acesso em ago. 2022.


PEREIRA, M. E. C. Ulysses Pernambucano e a questão da higiene mental. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental. Vol. 3, n. 1, p. 123-129, 2005.

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