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  • Foto do escritorRita Galindo

QUAL O SENTIDO DO TRABALHO?

Atualizado: 6 de ago. de 2021

“Historicamente, o ato de trabalhar tem conotações de dignidade e, também, de castigo e penitência”.

Oi, meu caríssimo leitor.


Hoje é celebrado mundialmente o Dia do Trabalho. O que significa dizer que diferentes culturas e sociedades têm seu próprio modo de comemorar o dia 1º de maio, e cada indivíduo tem sua própria visão e sentido do que é trabalho.


Historicamente, o ato de trabalhar tem conotações de dignidade e, também, de castigo e penitência, o qual apenas escravos deveriam exercer (MARTINS, 2000). Esta ideia do trabalho como castigo pode se dar por causa da origem da palavra “trabalho”, que se deriva do latim tripalium, uma espécie de instrumento de tortura (MARTINS, 2000). Foi, então, com a Revolução Industrial que o trabalho passou a ser entendido como emprego, os trabalhadores passaram a receber seus salários, e a intervenção do Estado com leis se fez necessária para proteger os direitos dos trabalhadores, principalmente mulheres e menores de idade (MARTINS, 2000). De lá para cá, muitas mudanças ocorreram no meio trabalhista, e a concepção de trabalho, segundo Neves et al (2018, p. 319), varia de acordo com a história, a “evolução dos modos e relações de produção, da organização da sociedade como um todo e das formas de conhecimento humano”.


Diferentes autores pensam o trabalho em perspectivas semelhantes e distintas uns dos outros. Há quem entenda o trabalho como “fonte de satisfação e autorrealização, como fundante para a construção do sujeito e de sua missão de vida” (NEVES et al, 2018, p. 320), além de ser “uma atividade dotada de sentido para o indivíduo que a realiza” (COUTINHO; GOMES, 2006, p. 2). Em contrapartida, o trabalho também pode ser entendido como alienante quando o trabalhador não se reconhece, não se identifica e não se realiza com aquilo que faz e produz, tornando o trabalho uma penalidade estressante (NEVES et al, 2018). Nesta perspectiva, o trabalhador é, por vezes, levado a ter comportamentos individualistas, aumentando a competitividade entre os colegas. Ovejero (2010) e Sennett (2009), citados por Neves et al (2018), somam que este tipo de comportamento pode gerar certa insegurança, pois o indivíduo tem medo de perder o emprego, e fragiliza outras relações sociais além do trabalho. Logo, pode-se dizer que o sentido de trabalho é uma ideia que se altera de acordo com o período histórico, social e econômico que a sociedade vivencia.

Quando olhamos para o quadro nacional, o que se tem, atualmente, é um alto nível de desemprego, trabalhos informais, além de trabalhos com características escravistas, crianças que precisam ajudar a renda familiar, jovens que não conseguem se inserir no mercado por falta de experiência, pessoas acima dos 40 anos que não conseguem emprego exatamente por causa da idade, desigualdade salarial, etc. São pontos que se repetem e aumentam com o passar dos anos.


Cada cidadão, individualmente, tem um sentido único para o trabalho, baseado no seu histórico e momento atual. Em meu entendimento, trabalho é a atividade que ajuda o indivíduo a se sentir útil, de deixar sua marca, seu fruto, tanto para a sociedade em que vive, quanto para si mesmo e / ou sua família. Para Neves et al (2018), trabalhar é um modo de a pessoa constituir sua subjetividade e sua identidade, de se perceber em sociedade, de traçar objetivos e metas futuras. Enfim, o trabalho hoje em nosso momento e período histórico é o que faz “o mundo girar”, pois vivemos num mundo capitalista que precisa do trabalho e da produção. No entanto, o sentido que se dá ao trabalho é particular. Não se trabalha meramente por dinheiro; trabalha-se também para uma realização pessoal.


Forte abraço, até a próxima e bom feriado.

 

REFERÊNCIAS

MARTINS, S. P. Breve histórico a respeito do trabalho. Revista da Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, v. 95, p. 167-176, 1 jan. 2000.

NEVES, D. R. et al. Sentido e significado do trabalho: uma análise dos artigos publicados em periódicos associados à Scientific Periodicals Eletronic Library. Cad. EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v. 16, n. 2, p. 318-330, 2018.

 

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