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  • Foto do escritorRita Galindo

SUICÍDIO NA ADOLESCÊNCIA

Atualizado: 5 de ago. de 2021

“O adolescente está num período de grandes mudanças corporais e sociais, passando por reorganizações pessoais. Tudo isso pode gerar dúvidas, incertezas, conflitos e dor, levando o adolescente a procurar soluções imediatas”.


Olá, meu caríssimo leitor.


SIM!!! Vamos falar sobre suicídio na adolescência!


Na última semana, postei um artigo falando sobre crise existencial. Embora a crise existencial tenha característica positiva para muitas pessoas, existem indivíduos com transtornos que podem agravar o momento de autorreflexão. Somando-se, o período da adolescência é um tempo de muitas mudanças para o ser humano, e a crise existencial nessa fase do desenvolvimento pode ter rumos diferentes, dependendo da pessoa. Além disso, um caso de suicídio de uma jovem conhecida no último domingo acende um sinal de alerta que custa a ser enxergado. Por estas razões, no artigo de hoje abordo sobre o suicídio em adolescentes.


De acordo com Araújo et al (2010 apud BRAGA, DELL’AGLIO, 2013, p. 4), “o suicídio refere-se ao desejo consciente de morrer e à noção clara do que o ato executado pode gerar”, sendo seu comportamento dividido em ideação suicida, tentativa de suicídio e suicídio consumado. Assim, o suicídio não é um fenômeno que ocorre do nada, da noite para o dia. O indivíduo que deseja tirar a própria vida dá sinais há algum tempo (BRAGA, DELL’AGLIO, 2013).


Braga e Dell’Aglio (2013) mencionam que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o suicídio como um problema de saúde pública no mundo todo, sendo a segunda causa de morte entre jovens de 10 a 24 anos, grupo considerado de maior risco. Isso se deve ao adolescente estar num período de grandes mudanças corporais e sociais, passando por reorganizações pessoais. Tudo isso pode gerar dúvidas, incertezas, conflitos e dor, levando o adolescente a procurar soluções imediatas a partir de comportamentos agressivos ou de suicídio (OLIVEIRA et al, 2017).


Ressalto que cada ser humano vivencia sua adolescência de maneira distinta, devendo-se levar em consideração sua relação familiar, com pares e consigo mesmo, sua autoestima, sua história e suas vivências. Por isso, não são todos os adolescentes que pensarão ou cometerão suicídio. No entanto, diversos autores concordam que sintomas ligados à depressão são fortes fatores de risco para a ideação e ato suicidas (BRAGA, DELL’AGLIO, 2013).


Como mencionei no início deste artigo, no último domingo foi divulgada a morte de Yasmin Gabrielle, de 17 anos. A jovem era assistente de palco no programa de Raul Gil, e, segundo relatos, era depressiva.


A depressão está diretamente ligada aos casos de suicídios e é uma psicopatologia que precisa ser levada a sério. Não é meramente uma tristeza, tampouco frescura do indivíduo. Hoje em dia, muitas pessoas veem a depressão como covardia, bobeira de quem sofre, uma verdadeira frescura. Porém, vem tomando proporções gigantescas e não recebe a devida atenção da sociedade em geral.


Somando-se à depressão, outros fatores que a literatura aponta para o comportamento suicida são, entre outros (BRAGA, DELL’AGLIO, 2013):

  • Isolamento social

  • Abandono

  • Exposição à violência intrafamiliar

  • História de abuso físico ou sexual

  • Transtornos de humor e personalidade

  • Doença mental

  • Estresse

  • Uso de álcool e outras drogas

  • Eventos estressores ao longo da vida

  • Suicídio de um membro da família

  • Homossexualismo

  • Bullying


Embora o suicídio seja um tabu que gera desconforto na sociedade, é muito importante que se fale sobre e que mudanças sejam feitas, como debates sobre o assunto, rodas de conversas entre os jovens, relacionamento positivo com a família e pares – ou seja, suporte e apoio adequados –, preparação de profissionais da área da saúde que recebem adolescentes que atentaram contra a própria vida. Falar sobre o suicídio é extremamente urgente, e mudar o olhar sobre a depressão se faz necessário. Qualquer mudança de comportamento ou falas do tipo “A vida seria melhor sem mim” é sinal de que algo não vai indo bem.


Aqui no site existe uma página de ajuda emergente dedicada a pessoas que estão em crise suicida.


Forte abraço e até a próxima.

 

REFERÊNCIAS

BRAGA, L. L.; DELL’AGLIO, D. D. Suicídio na adolescência: fatores de risco, depressão e gênero. Contextos Clínicos, São Leopoldo, v. 6, n. 1, p. 2-14, jun. 2013.

OLIVEIRA, A. M. et al. Comportamento suicida entre adolescentes: revisão integrativa da literatura nacional. Adolescência & Saúde. v. 14, n. 1, p. 88-96, 2017.

 

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Vamos, juntos, compartilhar e divulgar saúde mental!

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